quarta-feira, 17 de abril de 2013

Live 'N' Louder - o heavy metal está vivo em São Paulo


Novamente vou escrever sobre shows. Porque música é vida. Sempre.

No último domingo (14/03) tive a sorte de comparecer ao Live ‘N’ Louder, festival de heavy metal realizado no Espaço das Américas, zona oeste de São Paulo.

Essa foi a terceira edição no país – as anteriores aconteceram em 2005 e 2006.

Sinceramente, não conhecia todas as seis bandas que se apresentaram naquele frio domingo - entre as mais populares; Angra, Metal Church e o headliner da noite, Twisted Sister -, mas o festival valeu cada segundo.

COMEÇAM OS SHOWS!

Às 17h30 começou a primeira apresentação, com a banda norte-americana Molly Hatchet.  E que dó, no início do show deles tinha meia dúzia de gatos pingados, mas depois o público ganhou um “volume”, de leve.
Não conhecia o grupo, mas gostei bastante. A pegada deles destoa do puro heavy metal – proposta do festival -, eles entram mais com um “southern rock”, misturando os lindos solos de guitarra com country music, dando à banda um quê texano.

E não dá para negar, Molly Hatchet tem presença de palco. É aquela banda que cativa, principalmente quando os membros do grupo coreografam com as guitarras e baixo sincronizados. Acho lindo!

Se eu fizesse parte de uma moto clube elegeria Molly Hatchet como uma de minhas bandas favoritas.

Logo depois entrou uma banda bem mais pauleira, a alemã Sodom. O grupo toca o “trash metal”, então pra quem curte o intensivão na batera e aquele rock pesado é um prato apetitoso. Mas, em minha opinião, ficou longe de ser uma das melhores apresentações da noite.

Aí entrou a Loudness, banda japonesa. Se eu fosse fã do grupo ficaria bem puta. O vocalista não foi, é isso mesmo, não compareceu...
Segundo o mestre de cerimônia da noite, o ótimo Bruno Sutter – ex-vocal do Massacration e humorista -, o cantor do Loudness não conseguiu embarcar por conta de uma nevasca.
Um brasileiro cantou em seu lugar, cumpriu bem o papel e a banda faz um ótimo som.
Ah sim, falhas de áudio à parte, orientais são realmente bons em tudo que eles se prestam a fazer, inclusive tocar metal. Os japas mandam muito.

Na seqüência quem subiu ao palco foi o Metal Church. Essa eu conheço e, por isso, curti muito mais o show. Não é minha banda de metal favorita, mas gosto do trabalho deles e achei o show bom. Porque velocidade é tudo nesse grupo norte-americano.

Então chega a hora do Brasil-sil-sil, com uma bela apresentação do Angra.
Lindinhos! Não sou super fã de metal melódico, mas adoro o Angra e quando eles tocaram Nova Era – em um pout-pourri com Carry On -  quase pulei do camarote. (hehehe)

O atual vocalista do grupo, o italiano Fabio Lione, deu conta do recado e mandou muito. Achei a apresentação dele incrível.

Eis que onze e tanto – de um domingo, vale frisar – entra a banda mais esperada – por mim – no palco: Twisted Sister.

Muita gente acha que não conhece o Twisted Sister, mas conhece...  
Sabe “I WANNA ROCK? ROCK!” ou, “WE’RE NOT GONNA TAKE, NO, WE AIN’T GONNA TAKE IT, WE’RE NOT GONNA TAKE, ANYMOOORE!”?

Então, você já ouviu vááárias vezes Twisted Sister.

A apresentação do grupo foi excelente, recheada de clássicos e com o público cantando em coro. O vocalista, Dnee Snider, é uma figura e faz todo sentido ele ser tão lembrado no mundo rock’n’roll. Mas fiquei decepcionada por eles não estarem com a famosa maquiagem.

POR DENTRO DO FESTIVAL

O festival foi bastante organizado, até porque ele estava bem vazio.

O público reclama da falta de bons shows, mas quando eles são realizados não comparecem.

Muitos questionam os valores dos ingressos – R$300 inteira e R$150 meia -, mas o que tem de gente que gasta esse valor em balada... Eram seis bandas, as seis muito boas, em contextos diferentes do metal, mas a música feita por todas elas merece respeito. E tem um outro detalhe, têm shows com uma única apresentação que custam o dobro... E não, eu não concordo com isso.
Já estou me preparando mentalmente para o valor – certamente abusivo – que irão cobrar no Black Sabbath, que vai contar com a abertura do Megadeth (esse dia eu vou sair do corpo, solamente). Notícia sobre o show do Black Sabbath com o Megadeth.

Voltando ao Live ‘N’ Louder... Com carência da massa, não teve fila, nem no banheiro, nem para consumir. O ponto mais alto do festival ficou para as trocas de bandas, tudo bem rápido... Até o show do Angra, que atrasou e assim atrasou o do Twisted Sister, que acabou tarde, por volta de 1h. E aí mora o porém. De quê adianta fazer um festival perto do metrô se quem precisa não poderá utilizá-lo?

Eu, por exemplo, dei sorte de poder contar com um amigo, mas não é sempre que isso acontece e acredito que, os festivais poderiam ser organizados pensando também nos fãs que preferem não ir de carro. Isso seria uma forma até de evitar acidentes, já que quem consome bebida alcoólica não teria que se preocupar com a direção.

Outra coisa, festival de heavy metal num domingo a noite, sério? Por que não realizar num sábado, numa sexta, que seja... Mas domingo? Fora que, como mencionei acima, acabou tarde.

Em suma, o saldo do Live ‘N’ Louder foi bastante positivo. Conheci ótimas bandas e pra quem gosta de um bom heavy metal o festival foi ótimo.

 
Momento fora do corpo - Twisted Sister

Trechos dos shows de todas as bandas, vale conferir:


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Lollapalooza ou Lamapalooza

Adoro festivais de músicas. Se pudesse iria a todos. 
Ano passado fui ao Lollapalooza e ao Wros Fest. Me dói muito lembrar que não pude ir ao SWU, principalmente o de 2010 – plantão de jornalista, acontece. 

Nesse ano fui novamente ao Lollapalooza. Diferente do ano passado, não fui todos os dias, apenas no primeiro.
O line-up de 2013 me empolgou menos que o de 2012, mas no primeiro dia queria muito assistir Cake e The Killers e assim foi.

Sexta-feira, 29 de março de 2013. Cheguei no Jockey Club no início do show do Of Monsters and Men e da chuva.
Conheço muito pouco a banda islandesa do moderninho “indie folk”, mas curti a apresentação. Achei o grupo animado e o hit "Little talks" é realmente dançante. Vale mencionar; uma das integrantes é a cara da Bjork.

Daí, fui comprar os “pilla”, dinheiro do festival, e fiquei um bom tempo na fila para adquiri-los.
Atrás da minha nobre cerveja - e coloca nobre nisso, porque um copinho me custou oito mangos – assisti a uma das performances do Name the Band.
Achei a banda bem divertida, mas não fiquei muito... Queria ir à roda gigante, só que, quando cheguei lá ela estava desativada e não a vi funcionando o restante do dia.
Vai ver ela parou por conta da chuva... Ah, a chuva! Nunca vi tanta lama... Que o diga o meu lindo all star, que talvez não volte a ser tão lindo. Mas a culpa é todo minha. Ouvi muito blábláblá por conta da lama, mas isso é porque tinha muita gente lá metida a moderninha.

Gente é show, qual a necessidade de ir todo emperiquitado? Eu que cai na burrice de ir com meu all star belo e não o de guerra, que já foi comigo a 300 apresentações. E olha, ele sobreviveu ao show do System of Down, que foi no mesmo lugar e também estava sinistro de poeira e lama.

Ás 17h e pouco, o Cake subiu no Palco Butantã. 
Eu estava super empolgada. Em minha opinião, Cake é uma banda incrível, daquelas que você dificilmente encontra uma música que não goste, porém, todavia, contudo... Não achei o show aquelas coisas.

Por que? Bom, esperava mais do repertório e o áudio estava falho... Bem falho!

Um dos momentos que mais curti foi quando eles tocaram “Sick of You”. Adoro a música e achei a iniciativa do vocalista, John McCrea, de dividir a platéia em dois coros, carismática.

Só que até carisma tem limite. McCrea é um cara falante. Pra quem já assistiu a outros shows do Cake – ao vivo esse foi o primeiro, mas já assisti outros pelo precioso youtube – sabe que ele fala, e como fala!

Ele falou tanto que em certo momento a galera começou a ir embora. OK, o povo é chato mesmo, porque na hora de “I will survive” tava todo mundo lá.  Aliás, ele emendou uma seqüência de hits, tocando “Never there”, que evidente, foi o pico da apresentação, já que é a mais popular do grupo.

Logo depois a versão de “War Pigs”, do glorioso Black Sabbath, e “Short Skirt/Long Jacket”. Depois dessas músicas aí que a galera vazou mesmo.

Perderam, porque ele encerrou o show com “The distance”, música sensacional. 

Voltando a minha decepção com o show. Em vários momentos a tenda Perry invadiu a apresentação com seu eletrônico frenético e achei que o Cake poderia ter caprichado melhor no setlist. 

Não precisava ter tocado dois covers, um só estava de bom tamanho. O Cake por Cake é muito melhor. Mas, vale falar que a banda soube lidar com os problemas de som, até mesmo quando o violão de McCrea desafinou. Enfim, não foi meu show favorito, mas os caras são bons e merecem respeito, principalmente o trompetista, que é gênio.

Depois do show do Cake fiquei um tanto perdida em meio à lama no Jockey. Não tinha nenhuma outra apresentação que quisesse muito ver fora The Killers, que começaria horas depois.

Aí bateu a fome, mais fila. Sei que fila é chato, mas poxa é um festival com mais de cinqüenta mil pessoas, se até para comer em fast food se pega fila, o que exatamente o povo espera numa ocasião dessas?

Em minha opinião, pior que as filas para beber e comer, eram as do banheiro, que ficaram lastimáveis por conta da chuva e da lama. Aí sim uma reclamação que concordo: faltaram banheiros.

Pouco antes do show do The Killers ouvi o Deadmau5. Não sou fã de DJs, mas até que achei o som bacana. Não dei devida atenção, porque estava ocupada tentando fazer meu celular funcionar. Sinal que era bom não existiu e para encontrar os outros foi um parto.

Valeu a lição: vá com uma galera e não se perca dela. Em nenhum momento.

Enfim, 21h30 começou headliner do dia: The Killers, no palco Cidade Jardim. Sou fã da banda e nunca tinha assistido a um show ao vivo, ou seja: amei!

Amigos meus que assistiram ao show de casa disseram que acharam um tédio. De lá, ao vivo, achei o máximo. Cantei e pulei horrores.

Mas sim, o áudio também estava bem medíocre e quando fui mais para frente curti o show bem melhor.

A apresentação começou logo com “Mr Brightside”, daquele jeito e foi uma paulada atrás de outra. Brandon Flowers brincou com o público na medida, sem muitos mimimis e papos longos.

Eles tocaram a minha favorita: “For reasons Unknown” e quase morri! Mas para a plateia o auge foi quando tocou “Runaways” e “All these things that I’ve done”, uma na seqüência da outra. A galera foi a loucura – eu também, hehe.

Até a minha música eles tocaram: “Jenny was a friend of mine”, piadas a parte.

O show terminou com a ótima “When you were young”. Pra mim, faltou “Bones”, mas parece que eles não andam tocando-a, uma pena. 

Para sair do Lollapalooza aí sim foi o caos. Tudo entupido e fora que, tinham uns espertinhos tentando roubar celulares. 

Aliás, o que não faltou no festival foi espertinho, principalmente nas filas, pedindo dinheiro a mais para agilizar o processo de compra de fichas. Até os carinhas que pareciam os caça-fantasmas e vendiam chopp também usaram da malandragem,  a cerveja de 8 virou 10, mas em reais, não em “pillas”.

Ainda assim, acredito que isso é fácil de contornar. Não dá para esperar que um festival tão grande seja perfeito. É gente demais, índole de tudo que é tipo e de todo lugar, então, paciência. 
Se você quer curtir boa música tem que estar preparado, de corpo e espírito. Sempre.


Não achei nenhum vídeo decente do Cake do dia, então uma foto do meu celular


I GOT A SOUL BUT I'M NOT A SOLDIER!